quarta-feira, 1 de junho de 2011

Três perguntas para o Professor Márcio Pires da Silva:

1- DL: O que uma pessoa precisa para ser professor?
MPS:Bom, penso que o primeiro requisito é gostar do que vai fazer. Para mim, um dos grandes problemas da educação, de modo geral, é o número grande de educadores nas escolas que não tem a mínima aptidão para a função. Depois, ter compromisso com o que faz, é claro que a remuneração está muito aquém do justo, mas isto não pode ser desculpa para a falta de comprometimento com o que se faz e, se tratando de educação, é ainda mais importante.

2 – DL: Há uma luz no fim do túnel?
MPS:Acredito que sim. A educação hoje está na moda e espero que não seja passageira. A imprensa nacional mostra-se preocupada com a qualidade da educação, esperamos que os governos, diante de tanta repercussão, também deem a prioridade que o tema requer.

3 – Qual seria a definição de uma Escola de qualidade?
MPS:Quando estudei não tínhamos professores qualificados, materiais didáticos adequados e nem estrutura física adequada, hoje na mesma escola onde estudei toda vida a realidade é outra. Mas somente isso não é garantia de sucesso. Uma escola de qualidade é aquela que entrega seus alunos para a sociedade capazes de seguir sozinho o curso da vida, serem independentes e conscientes de seu papel na sociedade. Por que isso não acontece na maioria dos casos? A maior parcela de culpa está dentro da escola, mas também temos responsabilidades a dividir com pais e governos que são omissos dentro de seus papéis. Jogam a responsabilidade toda para o professor e ficam da janela atirando pedras.

VAMOS CONVERSAR...

Pensei em ocupar este espaço aqui para bater um papo comigo mesmo. Talvez até fazer uma reflexão sobre tudo e ao mesmo tempo nada. Explico: refletir sobre o trabalho na escola que por muitos nem é levado a sério (por isso nada). Não mentir para mim mesmo e nem para meus pares. Você aí que está lendo, se faça uma pergunta: Você leva o que você faz a sério? Aposto que você pensou logo: _ Claro que sim! Mas vamos refletir um pouco. Você realmente se preocupa com sua prática ou faz aquilo que chamo de “Pedagogia da reunião”, o professor só se lembra de pensar sobre os assuntos da escola quando vai (quando vai mesmo) às reuniões ou encontros pedagógicos. A atividade de educar, somente nos 200 dias letivos de cada ano (que de fato são só uns 180), não é o suficiente para fazer de você um Educador, seu compromisso vai além destes 200 dias, seu compromisso é de 365 dias (até nas férias), porque o mundo não para nos fins de semana e muito menos nas férias de meio de ano ou ainda no recesso de fim de ano. Já sei: você está pensando que eu estou exagerando “né”. Tudo bem, não vai ser a primeira vez, mas acredite, se não for assim esqueça a educação de qualidade, sua prática depende de seu empenho 24 horas por dia, todos os dias da semana, esteja sempre atento(a) porque cada detalhe de sua vida, onde quer que você vá, são importantes na construção do seu eu “Professor”

Prof. Márcio Pires