terça-feira, 24 de junho de 2014

Fazendo HORA EXTRA



É hora de ser feliz, não deixa para depois, pois poderá ser tarde. Não é uma previsão catastrófica, é apenas uma constatação. Claro que não podemos viver com a pressão de que amanhã não estaremos mais vivos, o que pode ser verdade, mas é humanamente impossível prever e viver com isso. Contudo, é preciso ter consciência de que quem faz planos em longo prazo, geralmente não os conclui. Depois de mais de quarenta anos de vida chego a uma conclusão óbvia, mas verdadeira. Nós (e não “nóis”) quando passamos dos 40 começamos a fazer hora extra aqui neste mundo. É uma curva descendente. Começamos mais a perder do que a ganhar. Perdemos nossos entes queridos, perdemos nossa força vital, nossa animação. Seria isso uma tristeza? Claro que não! Apenas precisamos nos conscientizar disso e viver de acordo com nossas possibilidades vitais. Muito do que se fazia até os 30, agora já se torna um sacrifício. Toda a força que tínhamos se esvai, nos abandona como se partisse pra outra, como se procurasse outros mais jovens para se divertir. Horas sem sono já deixam reflexos. Exageros na bebida e na comida já cobram por isso. Correr atrás de uma bola ou até de filhos e netos já se torna uma tarefa dura. Enfim, não é deixar de viver, mas é sim viver com a consciência de novas limitações, de um novo modo de viver, de novos prazeres e da certeza de aproveitar melhor os momentos que às vezes desperdiçamos na juventude.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A democracia da ignorância

As redes sociais como Facebook, Twitter, Blogger (Blog), entre outros, nos dão a oportunidade de nos expressar, de colocar para fora aquilo que pensamos e muitas das vezes não queremos verbalizar. Isto é importante, através das mídias sociais tornamos a vida mais democrática, menos vigiada (ou mais dependendo da visão), enfim, cada um de nós pode usufruir do seu direito de falar o que pensa. Infelizmente, isto também dá margem para que pessoas desinformadas (na maioria) teçam crítricas sobre os mais variados assuntos sem o mínimo conhecimento sobre do que está falando. Basta "ouvir dizer" que algo é "assim ou assado" que sai reproduzindo pela internet como se fosse especialista no assunto. São tantas bobagens escritas que me preocupa. Por que me preocupa? Ora bolas! Se temos tantas pessoas escrevendo suas opiniões sobre tantas coisas, sem o mínimo conhecimento, imagino que também temos muito mais pessoas lendo e acreditando naquilo que lê como se fosse a mais pura verdade. Tempos atrás, ainda na Copa das Confederações, critiquei o apoio dado às manifestações pelo Facebook de pessoas que conheço na cidade onde moro. Em sua maioria menores de idade. Sabe por quê? Quando indagadas sobre se sabiam o por quê daquelas manifestações, em sua maioria absoluta (coisa de 99%) desconheciam as motivações. Ou seja, estava na moda compartilhar e apoiar as manifestações (e badernas). Alguém disse que fulano não pode usar um relógio de "cem mil reais" enquanto pessoas passam fome, quer dizer, quem trabalhou ou teve mais oportunidades na vida, não pode usufruir de sua riqueza por que há pobres no mundo. Se você trabalhar e conquistar muito na vida não vai poder usufruir porque os mais pobres não podem ter isso também?. Vamos lutar por um país melhor, mais justo, protestar sim, mas deixar de sermos ridículos e discordar com conhecimento de causa daquilo pelo que protestamos. As pessoas precisam de uma ideologia, mas fica difícil quando elas nem mesmo sabem do que se trata. Viva a democracia, mas primeiro, viva a educação. (Também penso que escrevo muitas bobagens)


"Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo". Voltaire

sábado, 7 de junho de 2014

A ARTE DE SAIR POR CIMA

É uma lição que todos nós devemos aprender, sair de cena na hora certa. A pouco, Joaquim Barbosa, Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou sua aposentadoria, antes da hora. Ele está no auge, está na "moda" diriam alguns. Depois do mensalão, e principalmente por causa do mensalão, Barbosa atingiu o status de "estrela", Diriam seus parentes mais próximos: "ficou famoso". E agora sai de cena, com a popularidade em alta, como exemplo de honestidade, de lisura e de coragem. Barbosa foi o Pelé da justiça. Pelé também saiu por cima, por isso até hoje ele é simplesmente "Pelé". Caso Barbosa continuasse no STF, logo, logo, teria que dar alvarás de soltura para os mensaleiros presos, pois todos praticamente já estarão livres no ano que vem. Assim, Barbosa veria todo o seu feito desmoronar diante das brandas leis nacionais. O povo de memória curta não se lembraria dos feitos de Barbosa, pois nos esquecemos rápido do que as pessoas fazem de bom. Eele age corretamente saindo agora. Ao contrário, temos o exemplo do jogador de futebol Diego A. Maradona. Maradona saiu de cena de forma melancólica. Na copa de 1994, depois de ter levado sua seleção nacional de futebol a duas finais (1986-1990) e vencendo uma (1986), saindo como héroi, saiu de campo escoltado por enfermeiras para o exame antidoping, após uma maravilhosa vitória de sua seleção, mas o fim foi trágico para ele e a Argentina naquela copa. Maradona foi pego no antidoping e sua seleção foi eliminada já na fase seguinte por uma brilhante Romênia de Hagi. Só os "Deuses" do destino podem nos dizer se o ocaso de Diego teve muito ou pouca influência no desastre Argentino. Mas, nos resta o exemplo de que sair de cena na hora certa éum dom, poucos sabem. Nós mesmos, as vezes, no nosso dia a dia, por alguns segundos de bobeira, deixamos de sair de cena e falamos ou nos envolvemos em idiotices sem tamanho. Barbosa está certo, até da vida tem uma hora certa de sair. O difícil é saber que hora é essa. Alguém sabe?