sábado, 18 de outubro de 2014

IGNORANTES OU IDIOTAS



Antes de tratar deste tema é melhor esclarecer o significado de cada uma das palavras do título deste texto.
1.Diz-se de, ou pessoa que ignora, que não tem conhecimento de determinada coisa.
2.Diz-se de, ou pessoa que não tem instrução, que não sabe nada:
3.P. ext. Bras. pop. Falto de educação, ou aquele que não a tem; estúpido, grosseiro.
Pessoa ignorante, burra. Sem cultura e sem noção de nada!
-O seu idiota, sai daí! Esse estacionamento é exclusivo para deficientes!

Estas definições foram retiradas de http://www.dicionarioinformal.com.br, achei bem claras e objetivas estas definições para o que quero explicitar.
É que as vezes nos confundimos com as pessoas. Nos confundimos com os ignorantes e os idiotas. E encontramos tanto dos dois tipos por aí que cabe aqui algum esclarecimento sobre como defini-los melhor.
Com os ignorantes temos que ter alguma paciência, porque em algumas ocasiões poderemos ser nós mesmos os ignorantes da vez. Já com os idiotas, pelo menos para mim, não cabe muita paciência. Prefiro evitá-los, pois aos olhos dos outros vamos parecer exibidos ou coisa pior. Mas o que interessa é que há algumas pessoas que de vinte palavras que falam trinta são idiotices. Pessoas que julgam a todos e se acham acima da lei, acima do bem e do mal. Pelo menos para mim, estes são os maiores idiotas.
Para falar sobre qualquer assunto, sob o risco de ser idiota, você deve conhecer minimamente o tema. Por exemplo, uma pessoa para falar de plantas medicinais, deve conhecer as mesmas, sejam raízes, folhas ou qualquer outra. Não precisa “ser estudado” para isso, basta conhecer a cultura popular. Da mesma forma, para falar sobre o Windows você deve conhecer minimamente sobre sistemas operacionais, ou para falar de educação, você deve conhecer minimamente os seus referenciais teóricos, etc.
Então, para concluir, vamos deixar de idiotices, de sair afirmando por aí coisas das quais nós não temos conhecimento, fatos da vida dos outros que apenas “ouvimos falar”. Se você tiver que optar em ser ignorante ou ser idiota, seja ignorante.

O futuro ausente



Não se discutiu como será a Educação 

O debate na TV Globo é o ponto alto do processo eleitoral. Ali, cada candidato tem a última chance para dizer por que os eleitores devem optar por ele ou por ela. Em 2014, o eleitor que buscou o melhor candidato no primeiro turno ficou frustrado pela ausência do tema educação. Educação foi jogada na vala comum, e o tema não foi sorteado. Pior, apesar de a educação permear todos os temas que foram sorteados, nenhum dos candidatos aproveitou cada questão para apresentar suas propostas de como fazer a revolução educacional que o Brasil precisa iniciar urgentemente.
A verdadeira razão da ausência do tema educação está na ausência do tema futuro.
Das muitas dezenas de horas de entrevistas, discursos, debates e manifestações, os temas debatidos estiveram sempre vinculados aos problemas do presente, não foram sobre o destino que o candidato sonha para o país e quais as reformas estruturais que levem ao destino que defende.
Mesmo quando o tema da educação apareceu, os candidatos se limitaram a sugerir horário integral nas escolas, sem dizer como fazê-lo a partir do governo federal, sendo a educação de base uma questão municipal e estadual; nem se discutiu como será a educação nas próximas décadas. Tampouco como fazer a educação ser igual para todas as crianças, independentemente da cidade onde mora e da renda dos pais. Comemora-se que alguns filhos de pedreiros já entram em alguns cursos superiores, sem propor como fazer para que todos os filhos de todos os pedreiros tenham a mesma oportunidade para disputar o ingresso nas melhores universidades.
Debateu-se a manutenção do Bolsa Família, mas não se debateu como e em quanto tempo nenhuma família brasileira necessitará de auxílio para garantir sua sobrevivência.
Em um mundo que se globaliza em todos os aspectos, inclusive por epidemias, como se vê agora com o caso do ebola, o problema da segurança nacional não foi debatido.
Debateu-se a baixa taxa de crescimento do Produto Interno Bruto no presente, sem debater que tipo de PIB é desejável para o Brasil no futuro: se vamos continuar basicamente com bens primários ou concorrer mundialmente com bens de alta tecnologia. Ninguém propôs e nenhum entrevistador perguntou como abrir as portas para o Brasil ingressar no mundo dos países inovadores.
Debateu-se como ampliar o sistema de segurança, mas não se debateu como fazer as cidades serem tão pacíficas que não se necessite do Estado policial que estamos construindo.
Nenhum tema foi debatido na perspectiva do longo prazo. O debate ficou prisioneiro do imediato, como se estivéssemos escolhendo um gestor para apenas administrar a crise e não um estadista para reorientar os destinos nacionais.
Felizmente, ainda temos uma semana antes do segundo turno, além do que, a cada quatro anos, a democracia oferece novas oportunidades ao país e seu futuro ausente.

Cristovam Buarque é senador (PDT-DF)

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/o-futuro-ausente-14286799#ixzz3GUtWWiN8