quarta-feira, 24 de junho de 2015

O PREÇO A SER PAGO

Estava ouvindo a conversa de uma Senhora logo a minha frente e ela dizia que seu cunhado havia falecido. Ele tinha pouco mais de sessenta anos e vendia saúde, segundo ela. Foi um susto para toda família. Chegou em casa bem e de repente passou mal. Infarto. Sempre quando ouço estes relatos, minha mente fica povoada por pesadelos e automaticamente começo a fazer contas. Fico me perguntando quantos anos ainda tenho. Se vou chegar pelo menos ao sessenta e poucos. Imagino que se for morrer com mais de sessenta ou até mesmo com setenta, ainda tenho uns bons aninhos pela frente. Faço a conta em "copas do mundo". Fico imaginando que ainda tenho umas 4 ou 5 copas pela frente. Entre uma certa alegria que este pensamento me dá, vem uma ponta amarga de tristeza. Pois com o passar dos anos nossa conta de vida fica negativa. Começamos mais a perder do que a ganhar. Para envelhecer e chegar aos setenta, por exemplo, quantos ente queridos vou ver partir desta vida. Quantas lágrimas ainda serão derramadas. Não deixa de ser um sofrimento só imaginar esta situação. É um preço alto. A vida nos dá muito, principalmente se for longeva. Mas nos cobra por isso. Por isso tento amenizar meu sofrimento "fugindo" de discussões, de debates infrutíferos, de ciúmes de "sei lá o quê", enfim, de brigas e discussões que depois de uma semana a gente nem se lembra mais o por quê daquilo. Não faz o menor sentido. E tudo que não faz o menor sentido, vai tirando aos poucos o sentido da vida da gente. Afinal, eu só quero é ser feliz a maior parte do tempo, já que o tempo todo é loucura.