segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

NO ANO PASSADO...

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associated Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".

Ótimo! O meu ímpeto, modesto, mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, como uma explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque não resido em apartamento. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.

sábado, 29 de dezembro de 2018

COMO ANTIGAMENTE (QUASE)

De uns dias para cá as crianças aqui de casa (re)descobriram a brincadeira de esconde esconde, de bola (esta sempre) e de bicicleta. Não como eu mesmo brincava, correndo pelas ruas, me escondendo na vizinhança, no escuro, em todo lugar, nos pastos que eram nossos campos. É aqui dentro de casa mesmo, correndo pela casa, atrás da casa, pela cozinha, pelos quartos. Sem sair dos olhos e do domínio, nem um palmo para fora do portão, são as minhas ordens (como se mandasse). Não escrevo isso para falar de saudosismo, lembranças, mas para mostrar que as crianças ainda brincam com algo que não seja eletrônico, algo que para eles hoje é a novidade. Eles correm, gritam (e como gritam), saem as gargalhadas, doces e inocentes da infância, emburram, mas se divertem e por instantes,  talvez horas, se afastam do celular, do PC, da TV, que também são diversões que aliadas as "brincadeiras de antigamente" deixam até um gostinho de quero mais. 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

FILOSOFIA PARA APRENDER E ENSINAR

Quem de nós não sonhou em ter um professor inspirador, descontraído, sábio, envolvente e que tratasse a gente como gente assim como Merlí, o protagonista da série catalã de mesmo nome que virou um dos maiores sucessos da Netflix? Em um outro filme mais antigo, Sociedade dos Poetas Mortos, encontramos também o personagem John Keating, imortalizado por Robin Williams. Ambos conquistam os alunos com uma pedagogia pouco ortodoxa e muito humana porque não se distanciam dos dilemas, das angústias e da realidade dos alunos. Os dois, cada um à sua maneira, dominam a arte de fazer os jovens pensarem por conta própria e os preparam para lidar com questões universais da nossa existência e da sociedade.
Não há nada mais importante para que os jovens aprendam do que ajudá-los a fazer conexões entre a a vida real e o que é ensinado em sala de aula. Por isso o aprendizado por projetos é grande tendência atual. Dessa forma, os alunos aprendem a partir da resolução de situações reais. No caso dos projetos, a partir de problemas cotidianos, surgem os questionamentos e, com eles, nas tentativas e nos erros, as soluções são criadas e as respostas aparecem. As crianças e jovens têm que aprender a questionar as coisas de maneira desafiadora e criativa, como fazem os filósofos, pensando por vários pontos de vista. E só então formar uma opinião, elaborar um argumento e defender uma ideia.
Muito tem se discutido, a partir da reforma do Ensino Médio, sobre a retirada do currículo da disciplina de Filosofia como matéria obrigatória para todos os alunos. Eu, sinceramente, não acho que isso seja o mais importante. Pois quem deve ter Filosofia na sua base de formação para poder dar uma boa aula é o professor. São eles que deveriam dominar os conceitos dos principais filósofos para instigar os alunos a pensar e até desafiar o raciocínio do próprio professor.
Na ficção, Merlí faz isso de um jeito impecável. Para isso, relaciona temas cotidiano a uma escola filosófica ou a um grande pensador. É uma sacada fantástica. Afinal, a Filosofia é uma ferramenta para se discutir as grandes questões: a vida e a morte, a ética, a moral, a igualdade, a justiça, o amor, o individual e o coletivo, enfim, tudo o que nos faz humanos. Por meio dessas reflexões é que podemos encontrar maneiras de lidar melhor com as pessoas e com nós mesmos e, dessa forma, evoluir
O outro aspecto que faz de Merlí um professor adorável e um personagem memorável é o fato de ele ser de carne e osso. Inúmeras vezes ele se envolve em conflitos, tem dúvidas, vive amores fervorosos, enfim, mostra-se vulnerável como qualquer mortal. Este é outro ponto muito importante para um professor se aproximar do aluno: ser ele mesmo. A auto-estima de um professor faz com que ele possa se mostrar para os alunos de forma transparente e verdadeira. Sem a pretenção de parecer um super herói. Isso aproxima, ajuda a criar vínculo. Uma pessoa assim é muito mais cativante, envolvente e eficiente do que alguém que fica se protegendo o tempo todo e que quer ser colocado no pedestal. Por isso, eu defendo fortemente incluir no currículo de Pedagogia uma boa carga de conteúdos que levem o professor a se conhecer melhor.

sábado, 15 de dezembro de 2018

CINCO TÓPICOS SOBRE MUDANÇA

(...) O primeiro seria a necessidade de abandonarmos o paradigma motivacional na comunicação corporativa (na educação também, mas deixemos isso para outro momento).
A necessidade de motivar as pessoas o tempo todo nasce da própria estrutura produtiva burguesa: acreditar na mudança significaria melhor produtividade, mais otimismo, menos tristeza, mais riqueza.
O capitalismo precisa de pessoas felizes e que creem nos avanços. O problema é que apenas os doentes conseguem ser felizes "o tempo todo".
O problema é que o paradigma motivacional implica debilidade cognitiva, intelectual e afetiva, quando usado em demasia, como é o caso em questão.
Seres humanos podem não saber o tempo todo o que é fake news ou verdade, mas, quando mentimos demais para eles, eles chegam a um momento em que são obrigados ou a entrar em crise (justamente o que o paradigma motivacional teme e reprime com todas as forças) ou a aceitarem que optaram pelo retardo mental (o que em si, nalgum momento posterior, poderá gerar alguma forma de crise).
Os seguintes tópicos devem ser vistos à luz deste primeiro como fundamento.
Um segundo tópico é a imposição da felicidade o tempo todo, o que, por sua vez, implica um aumento de medicamentação. A mentira indiscriminada como paradigma é, seguramente, patogênica. A solução é se dopar em alguma medida.
O contrário aqui não é a "felicidade da verdade", mas o vínculo delicado entre verdade e saúde mental, de alguma forma. Seja nos jovens e no seu aumento de uso de ansiolíticos, seja nos mais velhos e na sua depressão. A destruição da libido parece ser uma escolha política para garantir um mundo mais seguro e correto.
Aliás, um terceiro tópico de mudança que nos desafia é a crescente diminuição da atividade sexual entre os mais jovens. A escolha pelo combate à ansiedade implica uma diminuição da própria libido, uma vez que ansiedade e libido são irmãs. Trocando em miúdos: se você não quiser ser brocha, terá que ser um pouco infeliz.
Um quarto tópico, decorrente dos anteriores, é o caráter redentor do uso de um pouco de verdade na comunicação com as pessoas. Dizem a elas, por exemplo, que os algoritmos as conhecem melhor do que elas mesmas e que, como gosta de falar o historiador israelense Yuval Harari, de forma um pouco dramática, logo seremos hackeados por esses mesmos algoritmos, que nos dirão o que queremos e o que pensamos, por meio das mídias sociais crescentes.
Esse discurso pode ser mais importante do que ficar repetindo milhares de vezes que as mídias sociais têm um caráter democrático e revolucionário e que o avanço da inteligência artificial criará um mundo de renda mínima para as pessoas ou que elas criarão obras como as de Shakespeare a cada manhã.
Sem trabalho não há dignidade, e adultos que se acostumam a viver "de graça" sempre têm problema de caráter. O hackeamento a que se refere Harari nasceria do uso de algoritmos mapeando nossos perfis de consumo e de postagens.
Um quinto tópico é o crescimento inexorável da solidão no mundo. O tédio será um dos afetos essenciais num "mundo Netflix  + iFood" como paradigma cotidiano. As pessoas viverão mais e terão menos família a sua volta. As pessoas estarão ocupadas sendo felizes e não cuidando de idosos. Empresas oferecerão serviços no lugar dos "afetos antigos". E a solidão será um problema de saúde pública, fruto da ampliação da saúde em larga escala.
Luiz Felipe Pondé

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Há algo nas segundas-feiras que desperta nas pessoas a ideia de abstinência

As estatísticas provam, brasileiro não transa nas segundas-feiras. Segunda é o dia da semana com o maior índice de TV ligadas no País. Não há nada na tradição judaico-cristã que proíba o sexo às segundas, como há com outros tipos de comidas. Simplesmente se convencionou que segunda-feira não é dia para isso. Ou, mais especificamente, aquilo. 
*
Os conselheiros matrimoniais conhecem casos em que o tabu foi desrespeitado.
– Ele quis me forçar a fazer sexo com ele, doutor.
– Bem, como ele é seu marido, não creio que “forçar” seja o termo adequado...
– Era segunda-feira, doutor! 
– TARADO!
*
Há algo nas segundas-feiras que desperta nas pessoas a ideia de abstinência. Remorso, talvez. A velha ética do trabalho nos compelindo à autoflagelação pelo pecado de ternos folgado por dois dias. Já são anedotas as histórias de pessoas que começam dietas – ou abandonam o cigarro, param de jogar e fazem outra tentativa de ler Grande Sertão: Veredas – todas as segundas-feiras.
Geralmente a virtude não dura até quarta-feira, mas a compulsão existe. 
Você tem até o fim da noite de domingo para fazer tudo que pretende abandonar na segunda-feira, o que só aumenta seu remorso. Para não falar na ressaca.
*
A lei que transferiria para a segunda-feira todos os feriados nacionais (o projeto existe, juro) seria o primeiro de um plano mais amplo, que é o de abolir a segunda-feira da consciência nacional, depois da semana inglesa, a semana brasileira. Como levaria algum tempo para a gente se acostumar com a nova semana, as segundas-feiras passariam a ser uma espécie de zona cinzenta entre a folga e a rotina, um amortecedor nessa curiosa divisão das nossas vidas entre dias úteis e inúteis. A segunda seria um dia para reflexão, para a nação reencontrar sua cabeça e para você se reconciliar com seus pecados.
*
E tudo começaria de novo, na primeira hora de terça-feira.




Luis Fernando Verissimo

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O PRESENTE É UM CADAFALSO QUE SE ABRE SOB NOSSOS PÉS TODOS OS DIAS*

Quando eu nasci, em 1970, o Brasil ainda era “o país do futuro”. O vaticínio, feito em 1941 pelo escritor austríaco Stefan Zweig, nos serviu por décadas ora como anestésico, ora como elixir. Vivíamos sob uma ditadura, mas no futuro... Tínhamos hiperinflação, plano econômico atrás de plano econômico, corta zero, muda a moeda, mas no futuro...
Os “teasers” do tal futuro podiam ser vislumbrados pelo observador atento ao longo da nossa história. Na natureza em que “em se plantando, tudo dá”, na “pena da galhofa” e na “tinta da melancolia” de um Machado de Assis, no saxofone de um Pixinguinha, nos dribles de um Pelé.
Pelé, aos 17 anos, recebendo a taça do rei da Suécia, era uma prévia e uma síntese da glória que o futuro nos reservava: a Europa, velha e fria, se curvando à originalidade tropical. Ver a seleção brasileira vencer times europeus era, nas palavras do cineasta Pier Paolo Pasolini, enxergar o “futebol poesia” vencendo o “futebol prosa”. Eis a lição que o Brasil ensinaria aos povos: que a vida poderia ser vivida não na cadência apolínea e burocrática de um romance realista, mas com a potência dionisíaca de uma estrofe.
Em algum momento da década passada, pareceu que o futuro tinha chegado. Que o Lula, seguindo o legado econômico do FHC e, “pela primeira vez na história deste país” levando a sério a tragédia social, havia colocado o Brasil nos eixos. Achamos que estava respondida a pergunta do Caetano Veloso em “‘Vamo’ comer”: “E quem vai equacionar as pressões/Do PT, da UDR/E fazer dessa vergonha/Uma nação?”.
Em 2009, a revista inglesa The Economist fez a famigerada capa do Cristo Redentor subindo como um foguete e a manchete “O Brasil decola”. Agora era só fechar a zaga e administrar a vitória, pensamos; demos uma piscada e ao acordarmos estava 7 x 1.
Passou rápido, nosso futuro. Durou o quê? Cinco anos? Três? Em 2013 —quatro anos depois da decolagem, portanto— a Economist colocou na capa o Cristo voando desgovernado com a manchete “O Brasil estragou tudo?”. De 2013 pra frente o desgoverno só piorou. Mesmo quem bateu panela pelo impeachment ficou de queixo caído com o espetáculo macabro da votação —preparação perfeita para o cortejo de Gedéis, Maruns, Moreira Francos & cia que viria a seguir. 
Por aquela época, ressurgiu nas redes sociais uma frase do Millôr Fernandes. “O Brasil
tem um enorme passado pela frente”. Aí pega fogo no museu, 200 anos de trabalho e boa parte dos 20 milhões de itens viram fumaça, literalmente —e parece que nem o passado, mais, nós temos.
Ao ver o museu queimando minha temperatura foi subindo e fui entrando numa espécie de delírio febril. Aquele futuro do Stefan Zweig não existe mais. O presente é um cadafalso que se abre sob nossos pés todos os dias —só para descobrirmos que embaixo tem uma guilhotina e diante há um pelotão de fuzilamento. E então o passado arde em chamas. 
É como se, não bastasse a pilhagem das quadrilhas de terno ou fuzil, enormes traças metafísicas estivessem roendo o país. Como se em qualquer manhã dessas nós fôssemos acordar e perceber uma estranha poeira no chão. Então tocaremos a parede e compreenderemos que ela está se esfacelando.
Todas as paredes. E também as árvores. E o coqueiro que dá coco. E as aves que aqui gorjeiam. E nossos rostos faceiros. E nossos corpos inzoneiros. E até o fim da tarde tudo terá virado pó. E o pó será levado pelo vento. E o sonho se esvai. E o Brasil nunca terá existido. Nos resta torcer para que 2019 seja o melhor ano de nossas vidas! Será?

*TEXTO ADAPTADO

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

QUANDO A IMAGEM EXPLICA TUDO


Fonte: Arquivo pessoal
Nascer do sol, próximo a morrinhos (24/08/2018 - 6:31h)

A natureza nos revela a cada dia o quanto nossa vida é valiosa. E, também, o quanto podemos nos confundir com o que acontece a nossa volta. Somos, diante da correria de nossos dias, capazes das mais belas ações e, ao mesmo tempo, cegos e ignorantes diante das diferenças. A imagem acima revela um lindo nascer do sol, mas se eu escrevesse aqui que é um por do sol, seria fácil acreditar, pois são momentos que se confundem. Assim como é muito fácil sermos enganados por nossos olhos cansados e carregados de preconceito. A cada dia, deveríamos nos apresentar a todos novamente, pois como a  beleza do nascer do sol, a cada dia devemos ser uma nova pessoa, quem te conheceu ontem, não deveria te reconhecer hoje, pois nosso desenvolvimento, crescimento e aprendizagem deve ser diário. Claro que isso é impossível. É evidente também que este "crescimento" é praticamente imperceptível para os 'olhos de fora'. Mas nós deveríamos saber e transformar isso em práticas diárias, dando sentido a existência e razão de ser de nossos esforços constantes. Quando somos agraciados com a dádiva da vida, viramos devedores eternos das bençãos Divina. Então sorria sempre, e aproveite a melhor sexta-feira de sua vida.

Fonte: Arquivo pessoal
Nascer do sol, próximo a morrinhos (23/08/2018 - 6:29h)

segunda-feira, 23 de julho de 2018

FAZER A DIFERENÇA



Como fazer a diferença? A resposta é simples – Fazendo diferente! E, para que isso seja possível é importante eliminar todo e qualquer tipo de julgamento, pois cada pessoa tem sua própria história e caminhos. Este fator é essencial para abrir-se ao outro e compreender que nem todo mundo tem condições que favorecem boas escolhas na vida e bons resultados.

Por isso, quando podemos oferecer o nosso melhor ao outro, também estamos dando a ele a oportunidade de criar para si, novas chances, mudar e evoluir como ser humano. O mesmo ocorre com o indivíduo que busca fazer a diferença na vida das pessoas, uma vez que deste modo, ele cria uma corrente do bem, que pode inspirar a motivar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Quanto mais doamos, mais recebemos conhecimento, experiência, amor e temos chances de crescer. Seja na empresa, ao ajudar um colega, mostrar respeito por suas ideias, na vida familiar, oferecendo uma boa formação aos filhos, ou em sociedade, cuidando do bem público, tudo contribui.

Além disso, para melhorar o mundo é muito importante que cada um de nós também esteja atento ao seu próprio desenvolvimento. Para isso, é fundamental buscar eliminar, progressivamente, comportamentos e atitudes nocivas, pensamentos limitantes e focar em viver e propagar emoções e sentimentos positivos.

Aproveite e comece agora mesmo a enxergar a infinidade de possibilidades de fazer a diferença. Todos os dias a vida nos convida a agir. Receba o convite, aproveite as oportunidades, ofereça o seu melhor a quem tem menos, e experimente aprender com o outro também. Permita-se e alimente a corrente do bem! (Texto adaptado)

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Os dois menores e MELHORES contos de fadas do mundo

1. Conto de fadas para mulheres do séc. 21
Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu:
- NÃO!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos
outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro
carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe
faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e
ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou
sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.

2. Conto de fadas para mulheres do séc. 21
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e
cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como
o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades
ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: -Linda princesa, eu já fui um
príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu
transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me
transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar
feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu
poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os
nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée,
acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a
princesa sorria e pensava: 
-Nem mortaaaa!


Por Luis Fernando Verissimo

quinta-feira, 28 de junho de 2018

É PRECISO APRENDER SEMPRE, POIS ENSINAR É UM DESAFIO

"Às vezes precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.Veja o 
exemplo abaixo e perceba a sabedoria empregada por um simples zelador.

Marcas de batom no banheiro...

Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: Uma turma de meninas de 12 anos, que usavam batom todos os dias, beijavam o espelho para remover o excesso de batom. O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...

Um dia, o diretor juntou o bando de meninas no banheiro, explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora. No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram.

No outro dia o diretor juntou o bando de meninas e o Zelador no banheiro, e pediu ao 
zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho. O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.

Nunca mais apareceram marcas no espelho!"

Há professores e há educadores...

Nós, como regra, costumamos generalizar. Por exemplo, se a primeira laranja do pomar é azeda, dizemos que as laranjas daquela pomar são todas azedas. Não é assim que funciona na vida real. As pessoas não são como queremos que elas sejam, por isso, mesmo tendo pontos de vista diferentes, não significa dizer que A está certo e que B está errado. Uma coisa errada não significa que tudo está errado. Se queimar o feijão, o almoço não estará perdido, porque não comemos somente feijão. Aprender com os erros não é suficiente, pois mesmo o que está certo hoje, pode não estar certo amanhã, pois a dinâmica da vida é maior que isso. Devemos aprender todos os dias, mesmo com o acerto, pois a cada dia podemos fazer melhor. Mesmo assim, isso não nos impedirá de cometer erros, de, as vezes, sermos mal educados com alguém, de nos esquecermos de algo importante, mas com certeza, nos fará melhores que ontem, para mim isso já é o bastante. Sorria, afinal, hoje é a melhor quinta-feira (28/06/2018) de nossas vidas.

A FÁBULA DE UM GERENTE


Esta é a fábula de um alto Gerente de um grande Empresa. Estressado com o desenvolvimento e excesso de trabalho, entrou em colapso nervoso e foi ao médico. Relatou ao psiquiatra o seu caso. O médico, experiente, logo diagnosticou ansiedade, tensão e insegurança. Disse ao paciente:

"O Sr. precisa se afastar por duas semanas da sua atividade profissional. O conveniente é que vá para o interior, se isole do dia-a-dia e busque algumas atividades que o relaxem."

Munido de vários livros, CD's, mas sem o celular, partiu para a fazenda de um amigo. Passados os dois primeiros dias, já havia lido dois livros e ouvido quase todos os CDs. Continuava inquieto. Pensou então que alguma atividade física seria um bom antídoto para a ansiedade que ainda o dominava. Chamou o administrador da fazenda e pediu para fazer algo. 

O administrador ficou pensativo e viu uma montanha de esterco que havia acabado de chegar. Disse ao nosso Gerente:

"O Sr pode ir espalhando aquele esterco em toda aquela área que será preparada para o cultivo." Pensou consigo: "Ele deverá gastar uma semana com essa tarefa". Grande engano. 

No dia seguinte o nosso executivo já tinha distribuído o esterco por toda a área. Pediu logo uma nova tarefa. O administrador então lhe disse:

"Estamos iniciando a colheita de laranjas. O Sr vá ao laranjal levando três cestos para distribuir as laranjas por tamanho. Pequenas, médias e grandes. No fim daquele primeiro dia o nosso executivo não retornou. Preocupado, o administrador se dirigiu ao laranjal. A cena que viu foi a seguinte: estava nosso executivo com uma laranja na mão, os cestos totalmente vazios, falando consigo mesmo: Esta é grande. Não, é média. Ou será pequena??? Esta é pequena. Não, é grande. Ou será média??? Esta é grande. Não, é pequena. Ou será média??? 

Moral da estória: Espalhar merda é fácil. O difícil é tomar decisões.

quarta-feira, 21 de março de 2018

SORRIA, AFINAL, HOJE É A MELHOR QUARTA-FEIRA DE NOSSAS VIDAS!



Hoje o dia amanheceu meio cinzento, sensações ruins, pesadelo noturno. Quem nunca acordou assim? Pé na estrada, o mundo não para enquanto você resolve seus problemas. Os quilômetros vão passando e com eles, depois de limpar as lentes dos óculos, o dia já não está mais cinzento, e se está, o cinzento está perfeito, as sensações ruins são substituídas por excelentes sensações, o pesadelo é esquecido quando se vislumbra na esquerda, um arco-íris, na direita, um lindo nascer do sol (as fotos foram tiradas hoje - 21/03/2018 - exatamente as 6:25). É assim que construímos o nosso dia, superando qualquer momento ruim, porque não depende dos outros, mas de nós mesmos. Encha o peito de alegria e faça de cada dia, o melhor dia de sua vida, então, sorria, afinal “hoje é a melhor quarta-feira de nossas vidas! ”.
 



quarta-feira, 7 de março de 2018

MUITO CUIDADO COM O QUE DIZEMOS A NOSSOS FILHOS

As crianças, mesmo ainda muito novas, já compreendem o que falamos, já percebem e assimilam o que vivem em seu dia a dia. Cuidado papai e mamãe com o que falam para seus filhos, ou, mesmo com o que falam próximos aos seus filhos, pois eles podem interpretar e absorver claramente tudo o que ouvirem. Abaixo, reproduzo um pequeno texto, clareando um pouco mais sobre o tema, nas palavras de uma mãe falando de seu filho:
"(...) Fiquei surpresa. Logo ele, tão brincalhão, alegre, grudadinho na gente.
Respondi devolvendo a pergunta: “Por que você acha isso, meu amor?”.
“Agora sou pré-adolescente. Não posso mais brincar."
Ainda mais surpresa, quis saber de onde tinha saído aquela conclusão.
“Você disse isso outro dia, mamãe”, foi a resposta dele.
Pois é. Não demorou cinco segundos para eu me lembrar de que havia feito, sim, aquele comentário para alguém da minha família pelo telefone, ao falar da atitude mais questionadora recente dele.
E agora? Como iria desdizer o que havia, de fato, dito?
Acredito que conversar com as crianças sobre tudo o que for possível —com o cuidado de usar uma linguagem compatível com o repertório deles— os beneficia. Já escrevi sobre isso aqui e aqui.
A capacidade de compreensão deles vai muito além da nossa capacidade de compreender isso." 
No interessante, “A vida Secreta da Mente”, Mariano Sigman diz que, antes mesmo de falar, as crianças já têm noções morais. No livro, o neurocientista descreve um experimento em que bebês de nove meses a um ano demonstram antipatia —e até sentimento de vingança— por uma marionete que atrapalha os esforços de outra para pegar um brinquedo.
Se eles fazem conjecturas desde tão pequenos, por que não lhes oferecer sinceridade e informação? 
A nova situação não muda nossa convicção, mas a pintou com outro matiz. Atentemos, mais uma vez, para a importância do ajuste fino nessa bela arte que é a criação dos filhos.
Sim, eles estão crescendo e mudando. É fato. O que falamos reflete nossa percepção sobre isso. Mas, se soubéssemos de antemão que um comentário descuidado na sua frente seria interpretado como o fim, teríamos mudado de tom ou até nos calado.